O homem olhou o relogio
O relogio parou
O relogio parou, mas o tempo nao
parou
O tempo nao para
O relogio nao pode parar
Troca-se a bateria, da-se-lhe corda
Esta vivo, voltou a badalar!
Olha em volta e nota que ficou para
tras
O tempo em que ficou parado se foi,
nao volta mais
De que serve um relogio parado?
De que vale um relogio atrasado?
Teria funcao em outro fuso-horario?
E’ preciso agora correr,
adiantar-se
Sobrepor-se ao proprio tempo
Mas o relogio tem sorte,
Uns toques e ajustes e esta de volta
aqui,
No agora, no presente, na ativa!
O homem olhou o relogio
Nao tem ele a sorte do relogio
Caso pare, se atrase, nao se
atualize
Esta ele ultrapassado, sobrepujado,
inutilizado
O homem corre atras do tempo
Atras do seu relogio, desse tempo
perdido
Dessa invencao que e’ so’ sua
Desse tempo que se perde olhando
relogios
Corre atras do tempo
Acelera o ritmo da vida
Aumenta a pressao da sociedade
Corre atras do relogio
Acelera o ritmo do coracao
Aumenta a pressao do sangue
O relogio olhou o homem
O homem infartou
Massagem cardiaca, desfibrilador?
Ninguem acudiu, nao se pode parar
O relogio olhou o homem
O homem parou
Mas o tempo nao parou
O tempo nao pode parar
O tempo do relogio
O tempo do homem
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