sábado, 30 de março de 2013

O relogio parou


O homem olhou o relogio
O relogio parou
O relogio parou, mas o tempo nao parou
O tempo nao para
O relogio nao pode parar

Troca-se a bateria, da-se-lhe corda
Esta vivo, voltou a badalar!
Olha em volta e nota que ficou para tras
O tempo em que ficou parado se foi, nao volta mais

De que serve um relogio parado?
De que vale um relogio atrasado?
Teria funcao em outro fuso-horario?

E’ preciso agora correr, adiantar-se
Sobrepor-se ao proprio tempo
Mas o relogio tem sorte,
Uns toques e ajustes e esta de volta aqui,
No agora, no presente, na ativa!

O homem olhou o relogio
Nao tem ele a sorte do relogio
Caso pare, se atrase, nao se atualize
Esta ele ultrapassado, sobrepujado, inutilizado

O homem corre atras do tempo
Atras do seu relogio, desse tempo perdido
Dessa invencao que e’ so’ sua
Desse tempo que se perde olhando relogios

Corre atras do tempo
Acelera o ritmo da vida
Aumenta a pressao da sociedade

Corre atras do relogio
Acelera o ritmo do coracao
Aumenta a pressao do sangue

O relogio olhou o homem
O homem infartou
Massagem cardiaca, desfibrilador?
Ninguem acudiu, nao se pode parar

O relogio olhou o homem
O homem parou
Mas o tempo nao parou
O tempo nao pode parar
O tempo do relogio
O tempo do homem